- Tem alguém aí?
domingo, 19 de outubro de 2008
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
Camus e o pensamento do absurdo
“É preciso imaginar o Sísifo feliz”
Só existe um problema filosófico realmente sério: o suicídio. Com esta afirmação Albert Camus inicia seus escritos publicados com o título: o Mito de Sísifo. Mas o que está em jogo com uma afirmação tão direta e incisiva? É o sentido da vida, o julgamento acerca da vida, se esta vale ou não a pena de ser vivida.
Matar-se neste sentido significaria “confessar que fomos superados pela vida ou que não a entendemos (...) ou simplesmente que não vale a pena viver.” A ausência de qualquer sentido para viver, justificaria então o suicídio? A constatação da inutilidade do sofrimento, da ausência de sentido das coisas, e do mundo mesmo, a constatação do absurdo seria simplesmente solucionada pelo suicídio? Segundo o autor “fingimos acreditar que negar um sentido a vida leva obrigatoriamente a declarar que ela não vale a pena ser vivida”. Será que o reconhecimento do absurdo, que é a vida, nos coloca como única via escaparmos dela? De modo que, para Camus o absurdo nos confronta com a morte, com a falta de sentido das coisas, e, portanto nos coloca diante da questão fundamental para todo o pensamento filosófico, recolocada novamente, se a vida vale a pena ou não mesmo diante de sua ausência de sentido, mesmo diante de seu absurdo?
E o que é este absurdo? Como podemos descrevê-lo? Camus aloca o pensamento, ou melhor, o sentimento do absurdo, como; “... Aqueles lugares desertos e sem água onde o pensamento chega a seus limites(...) e o verdadeiro esforço, pelo contrário, é o de se sustentar ali, na medida do possível e examinar de perto a vegetação barroca de suas regiões afastadas.” A impossibilidade de dar sentido a tal sentimento, de defini-lo com um conceito único e claro é o que, em partes, o caracteriza. O sentimento do nada, “aquele singular estado de alma em que o vazio se torna eloqüente, em que se rompe a corrente dos gestos cotidianos, em que o coração procura em vão o que lhe falta, é, então o primeiro sinal do absurdo”.
Essa estranheza diante da cotidianidade, da rotina de nossa vida, aparece num questionamento sem respostas, e a “fuga” do mundo familiar, é na verdade a possibilidade deste mundo e voltar a ser o mais próprio, em toda sua profundidade, na sua ausência de lógica e sentidos.
Do mesmo modo, nas reflexões de Nietzsche, sobre a história da filosofia enquanto metafísica, e mais precisamente como niilismo, foi colocado a noção de niilismo como sendo um destino inexorável da humanidade. De modo que a única resposta, ou atitude perante este é assumí-lo, tomando consciência de seu alcance e tragicidade, na medida em que é destino. Somente em sua afirmação residiria a verdadeira tomada de posição diante deste, e não confundir esta afirmação do niilismo como pessimismo, pois este último negaria a vida em todas as suas dimensões. O niilismo, quando ativo, afirmaria a vida ao afirmar-se perante o sofrimento. “O importante não é se curar, mas conviver com os próprios males”.
Camus aponta a centralidade no pensamento do absurdo, como uma tomada de consciência perante a fatalidade do mundo, diante da consciência da finitude, da morte, e do tempo. O absurdo, que na verdade é provocado por um sentimento, nasceria então do confronto, nunca de uma tomada de posição, entre o apelo humano, de sentido e racionalidade, e, o silêncio irracional do mundo, sua ausência de sentido. Segundo Camus “é em nossa nostalgia de unidade, em nosso apetite de absoluto que ilustra-se o movimento essencial do drama humano”.
Neste sentido imaginar o Sísifo feliz é uma metáfora para nossa condição enquanto jogados nesse nada, na ausência de sentido que seria o nosso mundo, e ainda, na consciência de tal situação, dizer sim à vida e a todas as suas faces, é dizer sim também ao sofrimento. A respeito do destino de Sísifo, Camus coloca: “É durante seu regresso, a pausa, o descer o cume que Sísifo me interessa (...) essa hora que é como uma recíproca e que se repete com tanta certeza quanto sua desgraça, essa é a hora da consciência (...) nesse momento Sísifo é superior ao seu destino. É mais forte que sua rocha”.
Assim como Nietzsche, Camus parece acreditar que a única resposta para o niilismo, é consumando-o em suas últimas conseqüências, afirmando sua inexorabilidade e deste modo transgredindo-o. “Não há destino que não possa ser superado com o desprezo”.
sábado, 7 de junho de 2008
a lógica de Hegel
"só mediante uma mudança é que a verdadeira natureza do objeto vem à consciência" (Hegel)
terça-feira, 27 de maio de 2008
domingo, 25 de maio de 2008
Coleção "Plebeus" - Volume 1
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Cheguei
Alcoólicas
de Hilda Hilst
É crua a vida. Alça de tripa e metal.
Nela despenco: pedra mórula ferida.
É crua e dura a vida. Como um naco de víbora.
Como-a no livor da língua
Tinta, lavo-te os antebraços, Vida, lavo-me
No estreito-pouco
Do meu corpo, lavo as vigas dos ossos, minha vida
Tua unha plúmbea, meu casaco rosso.
E perambulamos de coturno pela rua
Rubras, góticas, altas de corpo e copos.
A vida é crua. Faminta como o bico dos corvos.
E pode ser tão generosa e mítica: arroio, lágrima
Olho d'água, bebida. A Vida é líquida.
Também são cruas e duras as palavras e as caras
Antes de nos sentarmos à mesa, tu e eu, Vida
Diante do coruscante ouro da bebida. Aos poucos
Vão se fazendo remansos, lentilhas d'água, diamantes
Sobre os insultos do passado e do agora. Aos poucos
Somos duas senhoras, encharcadas de riso, rosadas
De um amora, um que entrevi no teu hálito, amigo
Quando me permitiste o paraíso. O sinistro das horas
Vai se fazendo tempo de conquista. Langor e sofrimento
Vão se fazendo olvido. Depois deitadas, a morte
É um rei que nos visita e nos cobre de mirra.
Sussurras: ah, a vida é líquida.
(Alcoólicas - II)
terça-feira, 13 de maio de 2008
sábado, 10 de maio de 2008
Dia do Trabalhador no Real Conquista
A vida da maioria da população, aquela que vive nas periferias do mundo, é marcada pela morte. Pela morte do amigo, pela própria morte de todos os dias (um pouco de fome, um pouco de frio, um pouco de desespero), a morte de bala ou de doenças curáveis. E a morte marca a luta daqueles/as que querem construir um mundo com dignidade e justiça. A luta dos/as que moram na periferia é não só para viver melhor, mas para não esquecer dos que morreram. Assim, a luta de classes é determinada pelos que morreram nela, lutando por moradia, contra a exploração, por terra, ou que morreram porque existiram alguma vez. A luta pelas coisas materiais e brutas se manifesta na coragem, astúcia, humor e firmeza que se alimenta de todos/as os/as que já caíram.
A estratégia dos poderosos sempre foi não viver do passado. Eles podem esquecer do passado, porque não é o irmão e a irmã deles que não estão presentes. Para os poderosos, o esquecimento é uma arma para a dominação. Porque a lembrança de como chegamos até aqui é repugnante, aterrorizante. Assim, a luta dos oprimidos sempre foi uma luta também pela memória. Pela memória de nossos mortos. Para não esquecer que muitos caíram sem porquê.
Na poesia, é a morte que está presente quando o tema é a luta por justiça. Pablo Neruda quase morreu para escrever o Canto Geral: "A poderosa morte me convidou muitas vezes: / era como o sol invisível nas ondas, / e o que seu invisível sabor disseminava / era como metade de afundamentos e altura / ou vastas construções de vento e nevasca." O povo está presente "fundido nas névoas, / desamparado nos rincões / e nos porões da terra"; "a grande serpente os devora, / e diminui, e os tritura, / e lhes cobre de baba maligna, / e os atira pelos caminhos, / e os mata com a polícia, / e os faz apodrecer em Pisagua, / e os encarcera, e os cospe, / compra um Presidente traidor / que os insulta e persegue, / e os mata de fome nas planuras / da imensidade arenosa." E as bandeiras de luta, "O povo as bordou com sua ternura, / coseu os trapos com seu sofrimento". No chamado dos mortos que se anuncia a continuação da luta: "Hei de chamar aqui como se aqui estivessem. / Irmãos: sabei que a nossa luta continuará na terra / (...) / Estará a nossa luta em todas as partes, / e em nosso coração, estas bandeiras / que presenciaram vossa morte, / que se empaparam em vosso sangue, / serão multiplicadas como as folhas / da infinita primavera".
(...)continua em: http://www.sonhoreal.org
postado por dedeco
sexta-feira, 9 de maio de 2008
O verdadeiro Bauru
Puxando pela memória o ativo "BAURU" recorda o dia em que nasceu o sanduíche que levaria seu apelido, espalhando a fama de sua terra natal para os quatro cantos do mundo. Não é difícil para esse homem de boas lembranças contar detalhes sobre o nascimento do sanduíche "bauru". Era um dia que eu estava com muita fome. Cheguei para o sanduicheiro Carlos e falei: Abre um pão francês, tira o miolo e bota um pouco de queijo derretido dentro. Depois disso o Carlos já ia fechando o pão eu falei: Calma, falta um pouco de albumina e proteína nisso, (Eu tinha lido em um opúsculo livreto de alimentação para crianças, da Secretaria de Educação e Saúde, escrito pelo Ex-prefeito Wladimir de Toledo Pisa, também freqüentador do Ponto Chic - que a carne era rica nesses dois elementos) bota umas fatias de roast beef junto com o queijo e já ia fechando de novo quando eu tornei a falar: Falta vitamina, bota aí umas fatias de tomate. Este é o verdadeiro BAURU. Quando eu estava comendo o segundo sanduíche chegou o "Quico" - Antônio Boccini Jr., que era muito guloso e pegou um pedaço do meu sanduíche e gostou. Aí ele gritou para o garçom, que era um russo chamado Alex: Me vê um desses do "Bauru".Os amigos foram experimentando e o nome foi ficando. Todos quando iam pedir falavam: Me vê um do "Bauru" e assim ficou o nome BAURU para o sanduíche inventado por Casemiro Pinto Neto - Sua Exa. o "BAURU".
quinta-feira, 8 de maio de 2008
quarta-feira, 7 de maio de 2008
Nem os ecos do último domingo - da ocasião da conquista do Campeonato Carioca - aliados à festa de despedida do técnico Joel Santana e a confortável prerrogativa de jogar com dois gols de vantagem, foram suficientes para impedir a tragédia.
Na saída do campo, abordado por um ansioso repórter, Mallarmé, meio-de-campo rubro-negro, com um andar displicente e aparentando um assombro no olhar, confessava:
- Um lance de dados jamais abolirá o acaso.
postado por du tom.
terça-feira, 6 de maio de 2008
domingo, 4 de maio de 2008
homenagem em duas cores
aos que não te conhecem, ó mais querido
digo-lhes, que nunca te perderias nas obscuras searas do fanatismo religioso
tampouco, te deixarias seduzir pela obstinada pretensão em fazer-te ciência
e, nem nos piores dias de fome e ante a mais grave penúria, sei
que jamais reuniria exércitos ou batalhões de guerra
e, ainda que a massa enfurecida, o teu poder exigisse
eu, asseguro: deste pecado estarias livre
porque, sendo você até morrer
és mais duro que a própria morte
seja na terra, seja no mar
és, simplesmente, arte.
postado por du tom
Duplicaram-se os problemas; não basta, agora, lutar pela legalização da erva. É preciso lutar, também, pelo fim da proibição à marcha pela legalização da maconha. E mais: observar que no mesmo dia sai a "Marcha da família contra as drogas".
- Diga, em alto e bom som: de-mo-cra-ci-a. Fala logo, porra!Para de gaguejar e diz logo essa merda, senão eu vou ser obrigado a usar novamente o meu ca-ce-te-te.
postado por du tom
sexta-feira, 2 de maio de 2008
a decadência de um corpo físico
enunciou galileu, que todos os corpos caem quando abandonados a certa altura do solo
às maiores alturas, mais tempo o corpo deslizará no ar
quanto maior o tempo de permanência no ar, mais detalhada será a observação do fenômeno da queda livre
produzir-se-ão, nos laboratórios, inúmeros gráficos, centenas de relatórios, diversas revistas de divulgação científica e milhares de fotografias sobre a queda.
...donde, concluiu Newton, anos mais tarde, em sua 3ª lei:
se um ronaldo aplicar uma força sobre um fenômeno, receberá deste uma força de mesma intensidade, mesma direção e sentido oposto à força que o fenômeno sofreu de ronaldo.
postado por du tom
quarta-feira, 30 de abril de 2008
terça-feira, 29 de abril de 2008
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segunda-feira, 28 de abril de 2008
sexta-feira, 25 de abril de 2008
terça-feira, 22 de abril de 2008
segunda-feira, 21 de abril de 2008
domingo, 20 de abril de 2008
sábado, 19 de abril de 2008
- ... uma tentativa de compreensão total do mundo, sob todos os seus aspectos, físicos, psicológicos, morais, políticos, etc.
- Que loucura! Os filósofos se tornariam deuses, com um saber infinito.
- Num certo sentido, sim. Ao mesmo tempo, esta é a mais alta ambição da razão: conseguir compreender a totalidade do mundo. Evidentemente, não se trata de acumular uma imensa série de pequenos conhecimentos de detalhes. A finalidade é compreender segundo quais princípios se organiza a totalidade do mundo.
- Mas isto é impossível, não poderão jamais atingí-la...
- Entretanto, é o que os grandes sistemas filosóficos buscam. A partir de um pequeno número de pontos de partida, uma dezena aproximadamente, eles afirmam ser capazes de explicar a totalidade do que se produz no mundo.
- Você pode me dar um exemplo?
- Num computador, você pode colocar na memória, por exemplo, milhares de datas de eventos históricos. E se você digitar em seguida “14 de julho de 1789”, você obterá: “Tomada da Bastilha”. Bem, isto não forma um sistema. É apenas uma coleção de elementos postos lado a lado.
Mas, se o seu computador contém um programa de cálculo, por exemplo, a situação é muito diferente. Se você pede: “4132 X 326 = ?”, a máquina não vai buscar em sua memória o resultado já registrado. Ela “faz” a operação.
Ora, um sistema filosófico se assemelha a esta função de cálculo. Ele é capaz de produzir respostas a partir de princípios e regras, como a calculadora dá o resultado da multiplicação a partir de regras de aritmética. Fica mais claro assim?
- Sim...
Extraído de “La philosophie expliquée à ma fille.” de Roger-Pol Droit, páginas 52-53 (Paris: Ed.Seuil, 2004 ).
postado por du tom
sexta-feira, 18 de abril de 2008
A educação como prática da liberdade
"O silêncio como prática do amor" (Paulo Freire)
postado por dedeco
Encontro
Encontrar alguém, encontrar alguma coisa, encontrar-se a si mesmo. Encontro de família, embate de gerações. Encontro de delegações, encontro de culturas. Choque de civilizações. Contrariedade, confluência. Encontro de namorados, a que horas mesmo? Na porta do cinema. Não era esse o filme! Reencontro de antigos amantes: "é desconcertante rever o grande amor...". Encontrar os amigos na mesa de um bar, amigos de infância, que viu ontem, que não vê há muito tempo. Um blind date, sempre um risco. Um encontro religioso, encontro espiritual, um encontro com a natureza, com o universo, um encontro com Deus, Buda, Alá, Jeová ou Oxalá. Um encontro com espíritos, entidades, um encontro do além. Encontro regional, encontro nacional. Um encontro virtual. Une soirée literaire. Um encontro marcado, um encontro por acaso, uma feliz ou infeliz coincidência. Não existem coincidências ou acasos, já está tudo nos astros, nos classificados, "no Pravda, na vodca...". Um encontro que não se efetua, um atraso, e está dado um desencontro. Um encontro social. Um encontro econômico. Um encontro político de todos os modos. Encontro de casais, encontro de jovens, encontro da terceira idade. Encontro de pais e professores. Encontro do Papa com as famílias. Encontros possíveis. Encontros desmarcados, adiados, postergados, cancelados. Encontros esquecidos e encontros ignorados.
Encontro. Embate. Choque. Colisão. Encontrão. Cuidado, vai bater!!
quinta-feira, 17 de abril de 2008
O Menstrosonho
Presença constante de chuva, cachoeira, mar, piscina, chuveiro, pia, privada. O banheiro é a imagem mais recorrente. Se surgir a cena de uma cozinha (sua ou desconhecida) : perigo!
Vira-se prum lado, vira-se pro outro e toma suor na testa!
Agonia, desconforto, apatia, mal-estar...
Não há angústia. Pode sentir dores leves ou fortes. Se não sentir nada desconfie.
Vira-se prum lado, vira-se pro outro e toma suor na testa!
Os elementos cromáticos estarão ali em seus tons amarronzados, terrosos, ocres. Às vezes surge até objetos mais explícitos como uma seringa, fraldas, serpentinas, cadeado.
Vira-se prum lado, vira-se pro outro e toma suor na testa!
Uma hora a consciência se apresentará e o sentimento de felicidade....Ah!!!!! Isso você já conhece.
Estou em Machu Pichu na companhia de Pablo Neruda
Encontrei Don Pablo nas ruas da periferia de uma capital qualquer do país apenas com um livro na mão. Logo começamos a conversar e ele a me mostrar seu livro, escrito já há muito tempo. Dali, depois de alguns minutos ou horas conversando, fomos para Machu Pichu, de onde ele queria falar algumas coisas.
Aqui de cima, não é que temos uma visão privilegiada, mas sem dúvida é algo bem peculiar. Ainda mais na presença de Pablo Neruda. As conversas em tom de poesia. A morte como tema. Quinhentos anos de morte.
Pablo Neruda disse uma vez que deixou a terra falar por ele, através dele, e assim aprendeu muitas coisas. Fazer a terra falar por nós, através de nós, é deixar cada homem e cada mulher falar por nós, através de nós. Sentir todas as vozes, todos os gritos - de alegria, de desespero. Assim Neruda escreveu seu Canto Geral.
por dedeco
quarta-feira, 16 de abril de 2008
Dos Chatos
O maior chato é o chato perguntativo. Prefiro o chato discursivo ou narrativo, que se pode ouvir pensando noutra coisa... Me lembro que fiz um soneto inteiro — bem certinho, bem clássico e tudo — durante o assalto ao Quarto do Sétimo, isto é, quando um veterano de 30 me contava mais uma vez a sua participação nas glórias e perigos daquela investida.
As velhotas que nos contam seus achaques também são de grande inspiração poética.
Mas que fazer contra a amabilidade agressiva do chato solícito? Aquele que insiste em pagar nossa passagem, nosso cafezinho, ou quer levar-nos à força para um drinque, ou faz questão fechada de nos emprestar um livro que não temos a mínima vontade de abrir...
Ah! ia-me esquecendo dos proselitistas de todas as religiões. Os proselitistas amadores, que são os piores. Quanto aos sacerdotes que conheço, registre-se em seu louvor que eles sempre me falam de outras coisas. Ou me julgam um caso perdido ou um caso garantido... Bem, qualquer que seja o caso, deixam-me em paz.
O que pode acontecer de mais chato no mundo é o chato que se chateia a si mesmo, o autochato.
Para essa extrema contingência, descobri em tempo que a última solução não é o suicídio. É escrever, desabafar para cima do leitor, o qual, se me leu até aqui, a culpa é toda dele.
Há gente para tudo...
postado por Mário Quintana
terça-feira, 15 de abril de 2008
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Poética a Darwin
Verossímil Verosímio Verosim Verossímil Simover Verosímio
Verosímio Simover Moversim Verosímio Moversim Verosim
Verosim Verosímio Simover Moversim Simover Verosímio
postado por Aristóteles
Coleção "Aristocracias" - Volume I
ainda não,
porém ao montá-lo,
chorei.
O peão
não,
mas o bispo,
eu dispo.
postado por Cadu Marconi
Carlos XIII, rei da França.
domingo, 13 de abril de 2008
COMO DISTRIBUIR BEM OS PALAVRÕES DURANTE A SEMANA
nenhuma que prestasse.
SEGUNDA : (indo pro trabalho) - Aprende a dirigir seu
VEADO!
TERÇA : - PUTA QUE PARIU, não estamos nem no meio da semana!
QUARTA: - BOSTA! Toda vez que tem jogo no Maracanã o engarrafamento é
ESCROTÁSSO!!!
QUINTA : (na fila do restaurante para pagar a conta) – CACETE, cadê a comanda?
Quanto deu mesmo?
SEXTA : - Hoje eu vou FODER pra CARALHO!
SÁBADO : - VAI TOMAR NO CÚ, São Pedro! Chuva, logo no sábado!?
Postado por Cadu Marconi
sábado, 12 de abril de 2008
[FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. Record, 1995]
não sei se largo ou cigarro
segunda-feira: - Nunca mais! Chega! Agora é pra sempre e tenho dito!
terça-feira: - Será que vai me dar vontade hoje?
quarta-feira: - Engraçado, achava que ia ser mais difícil...
quinta-feira: - Cacete! Não consigo entender como vocês gostam desse fedor!
sexta-feira: - Vem, invade meu peito, óh deliciosa fumaça!
moral da história: Ex-fumantes são, freqüentemente, ex-mentirosos.
postado por du tom
sexta-feira, 11 de abril de 2008
a questão privada
- São letrinhas de chocolate! disse o menino a seu pai.
- Como não a reconhecem? É La fontaine de Duchamp, afirmava o crítico de arte, em tom de arrogância. (desculpem-me pelo pleonasmo)
-We all live in a brown submarine, cantavam todos presentes no salão, num imenso e afinado coro psicodélico.
- Minha certeza permite-me, apenas e tão somente, assegurar de que há, aqui, uma elipse, observou clara e distintamente René Descartes
- Não se assuste... é só mais um daqueles borrados, sussurrou alguém na platéia.
(des-carga)
Retorno à questão fundamental.
postado por du tom
Mona Lisa Descending A Staircase
Para aqueles que gostam de pintura, essa animação é imperdível!
http://br.youtube.com/watch?v=9db94IDd8cM&feature=related
quinta-feira, 10 de abril de 2008
DA SÉRIE: DICIONÁRIO
quarta-feira, 9 de abril de 2008
...keep it comin' love
"Ele trafega do útil ao fútil. Nunca esbarrando no inútil."
Washington Olivetto sobre Amaury Jr.
postado por du tom
terça-feira, 8 de abril de 2008
proctologiauditiva: Moanin'
Já os ingleses, não tão modernos quanto nós, quando desejam dizer que alguém sabe algo de cabeça, usam “by heart”; assim como os franceses, que para dizer que conhecem algo de memória, usam a expressão "apprendre par coeur", que, traduzindo literalmente, fica "saber de coração". Eles espremeram o termo latino popular “cor” e obtiveram a palavra “coeur”, que, a gente, em português, pronuncia “quer”. Aliás, o querer e a inteligência eram as outras faculdades que, além da memória, moravam no coração dos antigos. Mas, não paramos por aí; existe também a famosa expressão: “saber de cor e salteado". Olha que lindo isso! Não bastava, apenas, saber de todo o seu cor, mas, o desgraçado ainda salteia. Saltear significa, segundo o dicionário, atacar de súbito, surpreender, tomar de assalto. Mas, devo confessar, que, a mim, “saltear” sempre foi dar saltos e coices como um doidivanas, pulando no ar, ricochetando como um beuzebú descarrilhado em terras de saci (lugar onde – nunca esqueçam disso - uma calça dá pra dois) destruindo tudo o que vê pela frente. Eu até imaginava um substantivo adequado à pessoa que salteava: era o saltimbanco.
Na escala da sabedoria, “de cor e salteado" vale mais que “de cor”. Saber “de cor e salteado” é mais do que conhecer bem; é saber com grande precisão, é dominar uma coisa com perfeição, reconhecer seus mínimos detalhes de cabo a rabo. A perfeição contém o desejo do “cor” e a surpresa do “salteado”. Um desejo surpreendente, cheio de dentes, que ao dobrar a esquina, te toma de assalto, te mordendo ferozmente como um vira-lata revoltado com seu contra-cheques aviltante (que lhe causa muita humilhação diante de dona cadela), é uma manifestação da perfeição? Não saberia dizer. Chamo-o, apenas, disco.
Há, então, duas fases distintas, ou ainda, dois momentos indispensáveis a este disco. O primeiro momento é o "saber de cor" e o segundo o "saber de cor e salteado". Saber de cor é aquele momento ao qual me referi lá no comecinho, o instante em que tenho uma impressão de que aquelas músicas moram em meu cor desde que nasci. Já o segundo momento, advém do “saber de cor” acrescido deste tal "salteado". E o salteado, meus amigos, está se fazendo agora!
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Tributo ao funk
É som de preto De favelado Mas quando toca Ninguém fica parado.
[Amilcka e Chocolate]
Postado por Douglas Thomaz.
domingo, 6 de abril de 2008
Da série: como escrever a história do Brasil.
1.lição de história:
1.1.primeira missa no brasil:
os batéis
as esquifes
o Capitão-Mor
o papagaio pardo
o sermão
as vergonhas cerradinhas
E o corpo de Cristo.
Por Douglas Thomaz.